Outubro Rosa: A luta pela autoestima

Outubro Rosa: A luta pela autoestima

O golpe das transformações corporais vividas depois do diagnóstico é duro

Quem é que não gosta de se olhar no espelho e sentir linda, não é mesmo? Uma roupa nova, um penteado diferente, uma make bonita podem aumentar a nossa autoestima e nos deixar confiantes e felizes. Porém, para as mulheres que, infelizmente, enfrentam o câncer de mama, a realidade pode ser bem diferente.

O baque inicial de receber uma notícia com um diagnóstico positivo para a doença com certeza mexe muito com o psicológico, mas quando a mulher se dá conta de que poderá perder a mama e provavelmente os pelos de todo o corpo o choque é bem maior.

“Os seios e os cabelos são símbolos de feminilidade na nossa sociedade. Por isso, para as mulheres é muito difícil conviver com essa perda. É como se elas perdessem o poder e a autoestima despencasse”, conta a psicanalista e diretora da Escola de Psicanálise de São Paulo, Débora Damasceno.

Algumas mulheres após a retirada da mama não gostam mais de se olhar no espelho, não deixam mais os parceiros ver e algumas vão além e não têm mais contato sexual. Isso acontece por medo da rejeição e também por vergonha à nova realidade.

Freud tem uma concepção do que somos como seres humanos que congrega corpo e mente. Com isso temos que dores e marcas corporais podem determinar uma visão deletéria sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor ou não. A cicatriz de mastectomia vai ser vista por algumas mulheres como símbolo de força e de vontade de viver e por outras como vergonha e perda da feminilidade.

“Durante o tratamento nós, paciente e profissional, nos questionamos a respeito da feminilidade e suas formas e sobre o que é saúde e bem-estar para ela (a Paciente) para além do que lhe foi delegado como obrigação familiar e social. O convite é para desenvolver um jeito próprio de ser mulher, talvez não tão feminina assim, que talvez não passe por cílios e cabelos, mas um jeito seu, único. A doença, a proximidade da morte que a palavra câncer associa, é lida, por muitas mulheres, como um convite para assumirem a direção da própria vida”, conclui Debora Damasceno

Muitas vezes os monstros da rejeição e ‘olhares tortos’ estão apenas na cabeça, e as pessoas ao redor só querem ajudar, mas antes de tudo, elas precisam se sentir seguras para enfrentar a vida novamente após o câncer.

A Escola de Psicanálise de São Paulo possui profissionais altamente capacitados que podem ser fontes e ajudar em matérias relacionadas a esse tema. Estamos à disposição para entrevistas e consultorias.

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