COLUNA CINE LITERÁRIO

Nascido em Salvador, Bahia, o autor Valter Moura Neto é mais do que apenas um escritor; ele é um sonhador em busca de significado e uma voz que ecoa os mistérios da mente humana. Com uma determinação inabalável em encontrar Deus nas pessoas e nas experiências da vida, Moura Neto emergiu como um talento promissor na cena literária
contemporânea.

Moura Neto, membro reconhecido da Academia Internacional de Literatura Brasileira, traz consigo uma bagagem única e multifacetada. Graduado em Engenharia de Produção, sua trajetória profissional inicial como vendedor de roupas foi interrompida por um diagnóstico revelador: Transtorno Bipolar Afetivo, uma jornada que moldaria profundamente sua
perspectiva e inspiraria sua escrita.

Em 2019, lançou seu livro de estreia, “Memórias Excêntricas: um romance dos relatos secretos da mente de um bipolar”, uma obra que mergulha nas profundezas da psique humana, redefinindo as experiências pessoais de Moura Neto como uma fonte de inspiração literária. Este romance psicológico e divinal não só cativou os leitores com sua prosa envolvente, mas também ofereceu uma visão perspicaz sobre como as vivências pessoais podem ser transformadas em arte.

Agora, o autor está embarcando em uma nova jornada literária com sua série “Cadernos Confesso”. Seu mais recente lançamento, “A Arte de Resinificar”, mergulha nas águas da autoajuda, compartilhando suas próprias revelações e reflexões enquanto busca transformação pessoal. Com uma mistura única de introspecção e sabedoria, ele desafia os
leitores a repensar suas próprias narrativas e encontrar significado em suas próprias jornadas.

Como parte integrante de seu processo criativo e transformador, ele continua a desafiar as fronteiras da literatura brasileira, oferecendo uma perspectiva singular sobre as complexidades da mente humana e a busca pela redenção pessoal. Seus escritos não apenas entretêm, mas também iluminam o caminho para uma compreensão mais profunda de nós
mesmos e do mundo ao nosso redor.

Entrevista Com o Escritor: Valter Moura Neto

Tônia Lavínia: Valter é um prazer te receber na coluna Cine literário na Revista Fanzini. Mesmo porque, você é o meu primeiro entrevistado.

Valter Moura: Imagina! Sinto-me honrado e muito grato pelo convite para fazer parte dessa coluna incrível e espero que essa entrevista seja uma inspiração para todos.

T L: Qual foi a inspiração por trás de sua decisão de começar a escrever?
V M: A minha inspiração por trás de minha decisão de começar a escrever veio através de uma grande perda minha, a morte prematura de minha irmã Elissa. Quando ela foi sepultada, meu pai escreveu uma mensagem para todos os membros da igreja e essa carta foi traduzida pra diversos idiomas e a história de vida da minha irmã ficou conhecida em todos os cantos do mundo. Assim, devido às outras fortes experiências que tive e esse fato, comecei a sonhar em escrever.

TL: Como você descobriu sua voz como escritor e seu estilo único?

V M: Quando eu tinha uns 13 anos, comecei a fazer curso de português, caligrafia e artes, além do contato com o teatro, numa peça de Monteiro Lobado da qual fui o príncipe escamado de Narizinho; a partir daí, eu passei a entender características minhas de escrita e com o tempo as peculiaridades do meu estilo começou a se formar. Assim, posso dizer que hoje eu não sigo gêneros literários e padrões estilísticos.

TL: Quais são seus métodos de pesquisa e como você equilibra a pesquisa com a criatividade?

VM: Meus métodos de pesquisa envolvem um estudo analítico do que permeiam os meus objetivos. Assim, eu, primeiro, faço uma definição de escopo, depois um planejamento estrutural do trabalho, defino um cronograma e executo o que foi planejado. Além disso, eu equilibro a pesquisa com a criatividade colocando-me na posição de leitor e dessa forma consigo ter mais clareza das mensagens que quero transmitir.

TL: Quais são seus maiores desafios ao escrever e como você os supera?

VM: Meus maiores desafios ao escrever são:

– Não perder a essência da narrativa;

– Não descrever bens os personagens e ambientes;

– Não saber expressar com clareza os sentimentos.

Todavia, eu tento superar esses desafios tendo sempre um amigo (a) que seja um parceiro de criação, em que eu possa confiar a leitura de alguns escritos.

TL: Como você lida com o bloqueio criativo e encontra motivação para continuar escrevendo?  Tem algum ritual ou hábito de escrita que o ajuda a se concentrar?

VM: Eu lido com o bloqueio criativo com uma caminhada ao ar livre e em volta de uma bela paisagem, além de uma boa companhia ou um amor que me torne a me dar fôlego e inspiração. Dessa forma, eu encontro motivação e inspiração para escrever. Um hábito que tenho que me ajuda me concentrar é ouvir uma música relaxante (gosto de ouvir Enya) e sentir um bom aroma de incenso.

TL: Como você aborda o desenvolvimento de personagens e cria arcos narrativos convincentes?

VM: O desenvolvimento de personagens é baseado nas lembranças que tenho deles ou do arquétipo que desejo que ele tenha. Entretanto, por exemplo, para definir os nomes dos personagens, eu gosto de buscar o significado de cada nome, para que eu possa validar no contexto da obra. Assim, acredito que isso possa dar validação ao arco narrativo da obra.

TL: Como você decide quando uma história está pronta para ser compartilhada com o público?

VM: Eu decido que uma obra está pronta para ser compartilhada quando ouço uma voz interior que determina isso ou mesmo o meu nível de exaustão mental; nesse último caso, faço revisões pontuais, depois de um tempo.

TL: Qual é o conselho mais valioso que você recebeu como escritor iniciante e que conselho você daria para quem está começando agora?

VM: O conselho que recebi é que escrever liberta a alma e o conselho que eu daria para quem está começando é que escrever é um dom que todos deveriam explorar, pois além de ser uma forma de terapia, é um bom motivo para encontrar a si mesmo no âmago mais íntimo de seu ser, pois isso fortalece os significados que damos à vida.

TL: Quem é o escritor Valter Moura Neto?

VM: Valter Moura Neto é um rapaz apaixonado pela vida e por Deus. Que vive buscando encontrar o amor que sente Criador nas pessoas que o rodeiam. Um rapaz calmo, sereno e que sonha em visitar paraísos no mundo e que deseja encontrar seu grande amor para ter mais inspirações na vida e continuar escrevendo. Apesar de ser bipolar e gay, isso não afeta a forma que ver o mundo, nem seus relacionamentos ou inteligência. É uma eterna criança e aprendiz num corpo de um homem de 38 anos.

TL: Seu livro que provocou uma forte emoção nos leitores: qual foi o tema central e como você abordou essa emoção de forma eficaz?

VM: O tema central do livro está baseado nas vivências do personagem principal, o Leonardo, o pseudônimo do autor. A partir disso, a emoção que sucede é abordada de forma real e tangível ao entendimento dos leitores, além do fato de que, por vezes, fica nítido uma certa confusão mental e isso provoca um certo mistério na mente dos leitores e ainda há quem diga que é preciso está bem com o psicológico para ler a obra Memórias Excêntricas. Já o livro A Arte de Ressignificar, o tema é resoluto em dar um aconselhamento frente à manutenção da saúde mental com o apoio da comunicação assertiva e amor próprio.

TL:  Você acredita que é importante para um escritor provocar emoções nos leitores?

VM: É muito importante um escritor provocar emoções nos leitores, pois com isso é possível fazer com que o leitor experimente as sensações que precisam sem sentidas para que haja um envolvimento com os personagens. Dessa forma, provavelmente a aceitação dos relatos ou narrativas serão passíveis de acolhimento.

TL: Quais são os aspectos mais desafiadores ao escrever sobre temas emocionalmente carregados e como você os enfrenta?

VM: Os aspectos mais desafiadores ao escrever temas emocionalmente carregados são o fato de não saber como os leitores irão reagir aos escritos ou ser mal interpretado. Todavia, enfrento isso com espírito de serenidade; afinal todos somos passíveis de erros ou equívocos… Não somos perfeitos.

TL: Existe algum livro ou autor que o inspire em sua busca por provocar emoções nos leitores?

VM: O livro que eu tenho por referência é Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e este é o autor quem mais me inspira.

TL: Como você equilibra a profundidade emocional de sua escrita com outros elementos, como enredo e estilo?

VM: Equilibrar a profundidade emocional da escrita com enredo e estilo demanda uma abordagem cuidadosa. Foco em personagens autênticos para transmitir emoções, integrando-as organicamente ao desenvolvimento do enredo. A voz do autor é essencial para evocar sentimentos, enquanto a clareza na prosa mantém o texto acessível. O objetivo é criar uma narrativa coesa e envolvente, onde as emoções enriquecem a história sem dominá-la.

TL: Quais são seus objetivos ao provocar emoções nos leitores? Como você mede o sucesso nesse aspecto?

VM: Meu objetivo ao provocar emoções nos leitores é criar uma conexão poderosa entre eles e a história que estou contando. Quero que sintam empatia pelos personagens, se envolvam com o enredo e sejam impactados pela experiência de leitura. O sucesso nesse aspecto é medido pela capacidade de evocar uma resposta emocional genuína nos leitores, refletida em seu engajamento com a narrativa, suas reações emocionais e sua vontade de continuar lendo.

TL: Você tem alguma história ou experiência pessoal que o levou a perceber a importância do poder emocional da escrita?

VM: Minha jornada como portador do Transtorno Bipolar Afetivo me proporcionou uma perspectiva única sobre o poder emocional da escrita. Ao enfrentar altos e baixos intensos, percebi como as palavras podem ser uma âncora em meio à tempestade emocional. Escrever se tornou minha válvula de escape, uma forma de dar voz às emoções turbulentas que habitam minha mente. Através da escrita, descobri a capacidade de compartilhar minha experiência de uma maneira que ressoa com outros que enfrentam desafios semelhantes. Ao traduzir minhas emoções em palavras, posso criar empatia e compreensão, construindo pontes entre realidades aparentemente distantes. Essa vivência me mostrou que o poder emocional da escrita não reside apenas nas histórias que contamos, mas na autenticidade e na vulnerabilidade que compartilhamos através delas. É a capacidade de tocar os corações dos leitores de maneira profunda e transformadora que torna a escrita verdadeiramente poderosa.

TL: Além da literatura você tem outra profissão?

VM: Eu me formei em Engenharia de Produção no início do ano de 2023, e esta é a minha profissão, mesmo tendo atuado pouco no mercado de trabalho como tal. Além disso, possuo habilidades como Gestor de Tráfego e Negócios; e fui, durante muitos anos, vendedor de roupas de moda e já trabalhei como modelo, quando era mais novo.

Frases de Efeitos dos livros:

“Memórias excêntricas” e “A Arte de ResiGnificar”

“Não sou insensível, mas somos pares de um todo. Fico alerta com minha intensidade…” – Memórias Excêntricas.

“Os medos são regados com devassidão e arrependimentos…” – Memórias Excêntricas.

“O peso de uma vida se mede por suas palavras, traduzidas de Seus lábios, citadas em línguas e ataviadas na Noiva…” – Memórias Excêntricas.

“A autodescoberta nos convida a olhar para dentro de nós mesmos com honestidade e compaixão…” – A Arte de Resinificar.

“…a busca pelo amor próprio nos convida a expandir nossa visão de mundo, abraçando a diversidade e a complexidade da experiência humana.” – A Arte de Ressignificar.

1 “Estabelecer limites saudáveis é essencial para construir relacionamentos baseados no respeito mútuo.” – A Arte de Ressignificar.

Prezado escritor Valter Neto…

Em nome da equipe da revista Fanzini, do portal Metropoli, gostaria de expressar nosso sincero agradecimento pela entrevista concedida. Foi uma honra ter a oportunidade de conhecer mais sobre sua jornada e seu trabalho inspirador. Desejamos a você todo o sucesso em seus projetos futuros, e que suas palavras continuem a encantar e inspirar os leitores ao redor do mundo. Tônia Lavínia

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“Caros leitores,

  É com imensa gratidão que me dirijo a vocês, aqueles que ousaram adentrar nos mundos que criei em “Memórias Excêntricas” e “A Arte de Ressignificar”. 

Nestes livros, eu busquei compartilhar não apenas histórias, mas fragmentos de vida, reflexões profundas e a beleza encontrada nas experiências que moldam nossa jornada.

  Ao folhear estas obras, convido-os a mergulhar nas complexidades da existência humana, a explorar os recantos mais íntimos de suas próprias emoções e a refletir sobre o significado de cada vivência. Espero que cada palavra escrita seja como um espelho, refletindo suas próprias histórias, suas próprias buscas e suas próprias descobertas.

    Desejo que através de toda formação de palavras, vocês possam sentir não apenas a estima de um rapaz em suas vivências, mas também a reverberação das suas próprias estimações e alentos. 

    Assim, quero que essas histórias possam se entrelaçar com as suas, acarretando uma transformação pessoal e interior que os conduza a novos horizontes de entendimento e auto descoberta, assim como foi comigo e da mesma forma que soa pra mim como um presságio. O livro memórias excêntricas se enquadra na categoria de auto ficção, “A Arte de Ressignificar”: uma voz autêntica que ecoa”.

   Expresso aqui minha profunda gratidão por cada um que escolheu embarcar nessa jornada literária comigo, por cada um que me acolheu.

Cada página virada é um testemunho do vínculo especial que compartilhamos através das palavras. E, espero que esta conexão perdure além de todo e qualquer relato ou impressões pessoais, para que haja um guia em nossa própria trajetória da vida, rumo ao horizonte do sem fim e à eternidade.

Que Deus os abençoe ricamente em cada passo que derem, em cada reflexão que fizerem e em cada verso que explorarem. Que a luz divina ilumine seus caminhos e os guie na busca contínua pela verdade e pela beleza deste vasto universo literário e além. Com gratidão e afeto, Valter Moura Neto.”

Contatos:

Instagram: @escritorvaltermouraneto

YouTube: https://www.youtube.com/@escritorvaltermouraneto

Site: www.escritorvaltermouraneto.com

Coluna Cine Literário por Tônia Lavínia

Escritora e colunista

Revista Fanzini/ Portal Metrópoli

Foto destaque: Arte por Jaque Alencar.