O poder do sorriso

O poder do sorriso

Dizem que uma atitude pode mudar o mundo. De fato, basta ver a repercussão que teve o sorriso de Lipe Borges! Recentemente o fotógrafo e ativista social Filipe de Oliveira Borges chamou muita atenção na internet ao fazer algo muito comum em uma situação diferente.  Bastou um sorriso na foto que iria para a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para gerar dúvidas. Pode sorrir na foto? Pois pode! O DETRAN informou que não há nada que impeça o sorriso na foto do documento. O post compartilhado no facebook rendeu até o momento 29.581 compartilhamentos, 2.200 salvamentos, 127 mil reações e 17.158 comentários. Mas não, se engane, o sorriso não foi de momento! O jeito simpático, de riso fácil é típico de Lipe.

Metropoli: Como foi para você ver toda a repercussão que a sua publicação causou?

Lipe Borges: Tudo aconteceu muito rápido e de forma inesperada. Quando fiz o post no facebook tinha a intenção de informar e fazer as pessoas no meu círculo de amizades sorrirem. Um post bem despretensioso, mas que acabou rodando todos os cantos do país.

M: Dizem que uma atitude pode mudar o mundo. Você acredita que o seu sorriso será capaz de encorajar outras pessoas a tomarem uma atitude?

LB: Acredito que a mudança deve acontecer de dentro para fora. A medida que nós fazemos as transformações em nós mesmos antes de ter a pretensão de mudar o nosso entorno, aos pouquinhos as pessoas vão se contagiando e a transformação começa a se espalhar. Acho que o sorriso tem poder de abrir portas sim, mas acredito ainda mais que o questionamento aos valores que já estamos condicionados há muito tempo são mais importantes para de fato gerar uma atitude. Fico feliz que a partir de agora todas as pessoas poderão ter em seus documentos uma identificação mais coerente ao que ela é. Não tenho de forma alguma a pretensão de impor o sorriso. Certamente algumas pessoas se sentem mais confortáveis com a expressão neutra ou séria, enquanto outras se identificam mesmo com um largo sorriso. Que esta decisão fique a critério do retratado.

M: Como você vê o mercado de trabalho onde as pessoas são cobradas para produzir sempre mais e acabam por trabalhar no automático?

LB: Somos condicionados à vencer na vida e ser o melhor o tempo inteiro. A competição faz com que as pessoas tenham sede de passar por cima dos outros e consequentemente a felicidade de um se dá as custas da tristeza do outro. Para alguém ganhar, fatalmente o outro tem que perder. Seja uma vaga na universidade, seja no campo de futebol, no trabalho, nas disputas pelo poder. Somos cobrados o tempo inteiro a sermos melhores e melhores, superando cada dia nossas capacidades, mas em contra partida vivemos em uma sociedade adoecida, onde a depressão e a tristeza fazem parte do cotidiano das pessoas. Aprendemos que durante nossos trabalhos não podemos nos divertir e que devemos aproveitar nossas vidas apenas nos intervalos: finais de semana e folgas. Neste momento geralmente já estamos esgotados e acabamos buscando a reclusão e o isolamento. O resultado de tudo isto é que as cobranças e mais cobranças tiram o foco do ser humano da contemplação e aprendizado com tudo de bom que a natureza e o universo nos proporciona.

M: Em seu dia a dia, o que te inspira e faz sorrir para a vida?

LB: A aproximação da natureza traz leveza para os meus dias. Sou apaixonado com cachoeiras, trilhas, capoeira, música, cinema, livros, viagens, poesia e as artes em geral. Acredito que desde que a humanidade começou a se comunicar através das pinturas rupestres há 12.000 anos atrás, a arte é uma forma de comunicação e de conexão com um outro ser humano.

“Meu pai é dentista e sempre me disse que temos 32 bons motivos para sorrir. Minha mãe e meus irmãos são donos de um sorriso contagiante e sou muito grato a todos eles.” Lipe Borges

 

M: Você é uma pessoa alto astral. Como lida com os momentos difíceis?

LB: É impossível vivermos uma vida regada apenas de momentos felizes, a tristeza e a dor fazem parte dos nossos processos de crescimento. É inevitável. Mas acredito que para experimentarmos uma vida mais plena precisamos estarmos mais conectados com as outras pessoas. Dar abraços mais demorados, sorrisos verdadeiros e não entrar em desespero com qualquer problema. Existem diversos estudos sobre a psicologia positiva que dizem que a gratidão libera a dopamina (hormônio da felicidade) em nossos cérebros e que se durante 21 dias ao acordarmos escrevermos 3 coisas pelo qual somos gratos nas últimas 24 horas, faz com que nosso cérebro se acostume e todos os dias pela manhã libera uma dose de felicidade tornando nossos dias mais alegres e melhorando nossa visão com relação ao mundo. A televisão e a mídia em geral também inunda nossos dias com notícias tristes e assustadoras nos tornando pessoas mais tensas e alerta o tempo inteiro. Desligar a televisão é um bom começo.

 

No dia 1 de agosto Lipe  embarcou para um projeto de fotografia documental na selva peruana.

“É uma zona de extrema pobreza com palhaços do mundo inteiro, incluindo o médico e palhaço Patch Adams. Depois do Filme Patch Adams – O Amor é Contagioso, ele que ficou mundialmente conhecido por levar alegria em ambientes de vulnerabilidade social e tristeza, como guerras, orfanatos, asilos e hospitais. Além da paixão pela fotografia documental, sou fotógrafo de casamentos. Sou responsável por contar histórias de amor através de imagens e isto também me afeta diretamente. Fotografo momentos felizes e de união entre duas famílias. É uma experiência inexplicável.” Lipe Borges

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