Gerar uma vida é uma dádiva, mas também um enorme desafio. uma grande responsabilidade de educar, amar, encaminhar.. Enfim. Imagine só receber dois presentes de uma vez só? Foi o caso da Tati, mãe das gêmeas, Sofia e Júlia.
Além da materna, ela levanta outra bandeira: a da inclusão. Aos três anos, as irmãs forma diagnosticadas como autistas. As meninas inspiraram o livro ” O Fantástico mundo de Sofia e Júlia” do escitor Rodrigo Pazzinatto, de Sete Lagoas. A obra fala do transtorno do autismo e tem como objetivo quebrar paradigmas a partir do debate aberto do tema.
Confira o nosso bate- papo:
Fanzini: O que significa “ser Mãe”? E como a maternidade mudou a sua vida?
Tatiana Vianna: Ser mãe é ter dois corações batendo fora do peito, é defender os filhos com a força de uma leoa. Aprendi o que é o amor verdadeiro e incondicional. Elas me ensinaram a amar a diversidade, respeitar o próximo, as diferenças e acabar com o preconceito.
FZ: Ser mãe está ficando mais difícil? Para você, quais os maiores desafios da maternidade?
TV: No caso de mães com filhos especiais é mais difícil sim, temos que ter mais cuidados constantes, pois eles não progridem rápido e alguns não conseguem ter a independência de uma criança típica.
Meu maior desafio é não pensar no futuro. Tenho que subir um degrau por vez, acreditar que um dia o mundo irá respeitar as diferenças e que a inclusão será natural e não imposta pela lei.
FZ: Quando você descobriu que as filhas eram autista qual foi a sua reação?
TV: O diagnóstico do autismo só chegou aos 3 anos e meio de idade, daí pra frente era como se fosse uma corrida contra o tempo. Fomos do luto a luta em 24horas. É muito sofrido receber um diagnóstico que você desconhece. É um caminho escuro que você não sabe onde está pisando. Só que você vai aprendendo que tudo passa, mas é um trabalho de formiga.
FZ: Você levanta a bandeira da inclusão diariamente . Como acha que as pessoas podem colaborar para que o mundo seja mais inclusivo?
TV: Nossa luta é diária para que as pessoas tenham respeito pelas diferenças e mais tolerância e isso começa em casa. Há alguns anos não era comum falar sobre autismo, esse espaço é muito importante para ajudar na conscientização da sociedade. A estimulação precoce é o primeiro passo, mas eles crescem e carecem de uma atenção diferenciada. Eu acredito na inclusão, mas para isso todos têm que estar de mãos dadas: “Uma andorinha só não faz primavera” Aristóteles.
FZ: Recentemente as gêmeas inspiraram o livro do Rodrigo Pazzinatto. Como foi esta experiência? E como o livro pode colaborar na luta pela inclusão?
TV: É uma experiência fantástica poder contribuir com a nossa história, o Rodrigo teve uma sensibilidade linda!
O livro tem uma linguagem simples e de fácil compreensão para que as crianças aprendam um pouco a entender como funciona o cérebro das nossas crianças especiais.
FZ: Que Mensagem ou dica você daria para as Mães de modo geral e em especial para as de primeira viagem?
TV: Que elas ensinem seus filhos a conviverem com as diferenças e terem respeito com o próximo. E o principal: é que sejam respeitadas as eventuais fraquezas que seus filhos possam ter e que se tenha paciência para trabalhá-las e faze-los evoluir.