Cia Jovem de Paraopeba traz título de campeã do Festival de dança de Joinville
A Cia.Jovem de Paraopeba foi criada em janeiro de 2006, através do Projeto “Paraopeba Cidadã”. A princípio seu objetivo era social, com o intuito de oferecer aulas gratuitas de dança a jovens com idade entre 13 e 18 anos. Com o passar do tempo o projeto tomou o rumo artístico, sendo visado como porta de entrada no mercado de trabalho para aqueles que almejam viver da dança. A partir deste momento, os bailarinos passam a receber aulas com os mais conceituados profissionais da área do estado. A Cia. atualmente compõe o cenário profissionalizante da dança mineira, sendo uma grande referência na formação de bailarinos. Sob a direção de Alan Keller, o Grupo recebe o apoio da Prefeitura de Paraopeba e possui em sua estrutura bailarinos de toda a região. Hoje o grupo é visado e contempla dançarinos de toda a região, inclusive Sete Lagoas.
No mês de Julho, a Cia participou da 35ª edição do Festival de Dança de Joinville. O evento é considerado o maior festival do mundo no segmento da dança. A competição está no guia dos recordes e simboliza uma vitrine para dançarinos (a) de todo mundo.
Após 8 dias de provas e competições, a companhia traz para Minas Gerais o prêmio de melhor do mundo na categoria dança contemporânea/conjunto/sênior.
“Nós tivemos a honra de ser selecionados com 5 trabalhos nesse maior festival e dança do mundo. Representamos nosso estado de Minas Gerais, sendo 2 trabalhos infantis pela Expressar e 3 trabalhos adultos pela Cia Jovem de Paraopeba. Em Joinville só chegam os 4 melhores. Acreditamos na força de vontade desses jovens! Fico agradecido aos patrocinadores e cada um de vocês pelo apoio.” Alan Keller- Coreógrafo
Conversamos com o coreógrafo Alan Keller para saber mais dessa vitória que trouxeram para Minas Gerais.
Metropoli: Como foi a sensação de estar entre os melhores do mundo?
Alan Keller: Ainda não consegui ter a sensação de estar entre os melhores do mundo, estou numa constante vibração de ter vencido as próprias dificuldades. De ter saído daqui de Sete Lagoas e Paraopeba e poder pisar no palco do maior Festival do Mundo. Estamos sim entre os melhores do mundo, mas o mundo é cheio de gente boa como nós, que também luta, resiste e conquista. Somos aquela camada de artistas que está com fôlego, e continuaremos na busca.
M:A que vocês atribuem essa vitória?
AK: A fé! Só basta acreditar, juntar um “bocado” de gente de gigante coração, que a vitória é certa. São 12 anos acreditando que um dia todos os jovens estariam naquele palco… Pois então chegou o dia e ainda veio recheado com o prêmio.
M: Quais foram as inspirações do grupo
AK: Decidimos que o grupo, por se originar de um projeto social, vai sempre retratar as questões sociais. É nosso dever… A coreografia premiada é inspirada na Guerra da Síria, onde diversos jovens e crianças, como os nossos, perderam o direito às coisas básicas da vida, perderam inclusive a própria vida. É um pedido de socorro em meio ao mundo que vive no caos.
M:Após essa vitória, o que o grupo almeja?
AK: Estamos tendo um apoio muito especial de amigos e familiares, da Prefeitura de Paraopeba (Prefeito Juca), do Presidente da Amav (Prefeito Leone) e do Deputado Douglas Melo… Vamos construir nossa sede! O Grupo necessita de um espaço de pesquisa, educação e promoção das artes e precisamos sim de apoiadores. Só é possível através de movimento… estamos movimentando muitos corações para que possamos continuar transformando gente em seres realmente humanos. Fomos já convidados no próprio festival a estar na Alemanha ainda este ano, e vamos nos preparando para tudo isso. O caminho é longo e cheio de obstáculos, mas sabemos fazer “grand jete” (grande salto).
A equipe Fanzini parabeniza ao grupo pela vitória e deseja muito sucesso na caminhada.