Viagens de negócios podem ser importantes para o sucesso profissional. Mas o que fazer quando executivas mantêm uma frequência de viagens e precisam deixar os filhos em casa?
Uma pesquisa realizada em 24 países pela Booking.com apontou que o brasileiro vê as viagens corporativas como oportunidade para crescimento na carreira (43%), não só por seu impacto positivo nos negócios, mas também pelas chances que oferecem aos funcionários para expandir seus horizontes e alcançar seu potencial máximo. Para as mulheres, cargos que exigem uma frequência de viagens podem ser um pouco mais complicados.
Renata Lima é gerente distrital de cardiologia da Bayer e, mensalmente, passa nove dias viajando. Ela lidera uma equipe distribuída no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Espírito Santo. Como uma líder situacional, precisa acompanhar de perto o trabalho desenvolvido por todos.
Renata vive dividida entre suas maiores paixões: sua família e seu trabalho. Mãe de duas meninas, ela consegue conciliar sua rotina com apoio de seu marido. Sua filha mais velha se chama Emanuelle, de 18 anos, e cursa Desenho Industrial na UFF. A pequena Maria Eduarda tem nove anos, faz curso de inglês e dança.
Para Renata, profissionais que viajam sem os filhos devem considerar três fatores importantes: explicar a situação, ter paixão pela profissão e ter qualidade no tempo que passam juntos.
“Para a criança, é tudo questão de adaptação e de qualidade no tempo que passam juntos. Não abro mão de acompanhar cada passo das milhas filhas, mesmo à distância. Converso sobre prova, curso, mas sobre o meu trabalho também, elas entendem”, explica Renata.
Conversar desde pequenos
Renata considera que os pais devem sempre conversar com seus filhos, desde pequenos, sobre a importância do trabalho e das viagens de negócios.
“O entendimento das minhas filhas sobre me ausentar a trabalho foi explicado desde que eram pequenas. Elas reconhecem o que o trabalho já proporcionou para a família”.
Renata se lembra quando estava arrumando sua mala para passar uma semana fora durante uma convenção. Emanuelle tinha dois aninhos. Quando olhou para cama, a pequena estava dentro da mala deitada e disse:
– Mamãe, me leva aqui que ninguém vai ver, fico quietinha.
Renata riu da inocência e da pureza da sua filha. “Eu disse que estava carregando ela dentro do meu coração, mas que na mala não podia. Conversamos, e ela entendeu a situação. Eu pedi para ela separar algum brinquedo para eu levar comigo”.
Ela colocou uma bonequinha, um desenho feito por ela e disse que estava escrito “eu te amo mamãe!”.
Já Maria Eduarda cresceu no ritmo das viagens mais intensas, pois, quando ela tinha dois anos, Renata havia sido promovida a gerente distrital, passando a viajar mensalmente.
“Minhas filhas sempre colocaram cartinhas, fotos e desenhos para eu levar. São detalhes gostosos que emocionam ao lembrar desses momentos”.
Paixão pela profissão
Renata ama sua profissão e faz questão de mostrar isso para suas filhas.
“Acredito que a paixão pela minha função transborda e contagia minha família. Sou muito realizada no que faço. Por isso minhas filhas são muito bem esclarecidas quanto às viagens. Maria Eduarda, já me perguntou se, um dia, quando ela for adulta, poderá trabalhar na Bayer”, conta.
Sua equipe é responsável por pesquisas e desenvolvimento de moléculas de medicamentos, mantendo contato direto com médicos para levantamento de perfis de pacientes. Em média, precisam realizar 240 contatos mensais, coletam evidências científicas e organizam roteiro para fazer visitações médicos.
Qualidade no tempo
“Quando estamos juntos, eu e meu marido procuramos sempre proporcionar momentos de passeios e diversão. Eu tenho um marido super presente, e a gente se reveza nas nossas agendas.
Por Jeffrey Group