Dia 18 de maio é Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O mês de maio torna-se cada vez mais importante para a conscientização da população e, por isso, a campanha maio laranja é uma forma de alertar a sociedade sobre o tema.

É importante entender algumas definições. Abuso sexual é diferente de exploração sexual. Abuso sexual é quando um adulto pratica atos libidinosos, ou seja, atos impróprios e de conteúdo sexual com uma criança ou adolescente. Já a exploração sexual é quando um adulto usa a criança ou o adolescente para faturar dinheiro. Nesse caso, o menor de idade é oferecido aos outros como meio de satisfação sexual. Revoltante, mas tudo isso acontece muito mais do que imaginamos.

Alguns dados trazem importantes alertas para compreendermos a dimensão desse problema: uma a cada cinco crianças sofre abuso sexual, sendo que mais da metade delas tem entre um e cinco anos de idade.

Outra informação relevante é que 69,2% dos casos de abuso acontecem na residência da vítima, segundo dados de 2018 do Ministério da Saúde. Ou seja, no local que mais acredita-se que os pequenos podem estar em segurança.

Essa dimensão de uma violência que acontece em casa e envolve pessoas próximas às crianças e adolescentes traz outro agravamento para o problema: somente um a cada dez casos é relatado, ou seja, a maior parte dos abusos é mantida em segredo e quem sofre com isso é a vítima, silenciosamente.

As sequelas de alguém que sofre esse tipo de violência perduram por toda a vida. O desencadeamento de transtornos mentais pode ser tão intenso que muitas vezes incapacitam a vítima para a vida na comunidade, além de contribuir para a perpetuação da violência intrafamiliar, de geração em geração.

Para reconhecer possíveis sinais de violência, é importante atentar-se para o vocabulário e comportamento da criança, em que podem aparecer muitas brincadeiras de conotação sexual. Também pode haver queda no desempenho escolar e o medo de adultos do sexo oposto ao seu, além do isolamento social e dificuldade em se relacionar com as pessoas.
Esses sinais variam de pessoa para pessoa, mas nos ajudam a compreender caso algo errado esteja acontecendo.

A melhor maneira de combater essa violência é com educação sexual e denúncia. Para denunciar, utilize o Disque 100 ou procure o Conselho Tutelar da sua cidade. A denúncia pode ser feita tanto em situações de ameaça, como naquelas em que já ocorreu o abuso ou exploração sexual.

Por Rodrigo Pazzinatto de Almeida Leite
Psicólogo – Sete Lagoas /MG

Atendimento psicológico individual
Psicólogo Social – CRAS Curvelo/MG
Pós-graduando em Sexualidade Humana

Instagram: @rodrigopazzinatto