A valorização da aparência externa e a influencia midiática como ideal de beleza feminina

A valorização da aparência externa e a influencia midiática como ideal de beleza feminina


O que proporciona a conexão do sujeito ao mundo e possibilita a sua afinidade com a sociedade é o corpo. Diante disso, conflitos de ordens culturais, históricos, religiosas, políticos, entre outros, são concretizados e retratam a contemporaneidade. Por isso, pode-se dizer que ao se tratar de construção social, as formas de entendimento corporal, assim como suas expressões, se modificam com o passar dos anos, o que significa uma resposta às transformações sociais. Em outras épocas, assuntos referentes ao padrão de beleza não eram destaque, sendo considerados um tema insignificante para ser pesquisado, porém, com os avanços das épocas, o assunto obteve destaque, principalmente por receber influências publicitárias, tecnológicas e midiáticas, sendo atualmente um tema muito relevante. O ser humano é considerado um ser biopsicossocial e essa determinação faz com que os aspectos biológicos, psicológicos e sociais sejam de extrema importância quando se fala sobre a aparência do corpo.

A autoimagem se tornou mais que uma simples imagem de si, sendo relacionada com a forma pela qual é vista a percepção do indivíduo no meio em que ele está inserido, sendo este meio influenciado pela mídia, relações interpessoais, mundo do trabalho, entre outros. A aparência se tornou um fator determinante nas relações, portanto, a forma como o indivíduo é aceito muitas vezes se dá devido à aparência de seu corpo. A construção da imagem corporal ideal ao longo dos anos passou por várias influências em relação ao que é aceito e não aceito ao se tratar de beleza estética. O que determina o que é belo depende da cultura, da época e do meio onde o indivíduo está inserido.


A aparência do corpo na atualidade não está sempre vinculada a uma boa saúde emocional e biológica. O componente externo/físico está mais valorizado, pois na contemporaneidade essa imagem é mais exaltada e considerada. Com isso, o indivíduo passa a priorizar o externo e a autoimagem e associá-la à felicidade, para que seja então criada uma ideia de que aquele indivíduo é realizado. Desta forma, socialmente não importa tanto se a pessoa está bem psicologicamente ou com saúde física, o que importa primeiramente é como ela se apresenta para a sociedade, seu corpo e estética, principalmente para as mulheres. Os veículos midiáticos, por exemplo, e em determinadas situações, acabam distorcendo a realidade em que as mulheres se encontram com a divulgação de imagens modificadas carregadas de photoshop e divulgação de imagens e propagandas nas quais as mulheres são erotizadas. Este corpo-mercadoria feminino divulgado não é encontrado na maioria das mulheres, tornando-os incompatíveis de serem perseguidos ante ao propagado como ideal pela mídia. A partir disso, é criado o pensamento que a aparência do corpo ideal deve ser próxima ao que é disseminado, o que leva a interpretação e definição de beleza ideal, fortalecendo a questão do corpo feminino como um objeto, como uma mercadoria.

Conforme citado anteriormente, a respeito da idealização de um corpo fora da realidade, o julgamento por não ser considerado belo ou não se sentir como tal, pode fazer com que aconteça a perda da vontade em alcançar conquistas nos campos de prazer, afetivos e profissional. A apresentação estética do corpo faz com que o indivíduo não se sinta desejado e agradável, pois o mesmo não se sente pertencido aos padrões aceitos socialmente, onde a beleza física caracteriza qualidade, gera admiração, impressiona e causa efeitos diante da forma que se é visto pelos olhos dos outros. Sendo assim, é plausível dizer que todas as faixas etárias e todos os corpos humanos estão sujeitos a passar por consequências da pressão social da beleza estética, devido a necessidade de ser aprovado e aceito na sociedade do consumo. Esta necessidade, quando não atinge o esperado, acaba gerando a frustração por não ser um modelo de referência do que é imposto como padrão ideal e aceitável, tendo em vista que o modelo atual de corpo ideal é o magro, esbelto. Porém, estar nesse padrão não é garantia de suficiência de bem-estar para quem o possui e a frustração por não ter o corpo considerado como perfeito pode ocasionar o desenvolvimento de transtornos e consequências tantas.

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