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Como o ambiente projetado para acessibilidade contribui para as rotinas em várias fases da vida?

Casa para toda a vida.

Quando decide-se construir uma casa, em geral, os futuros moradores se atentam a elementos definidos como “prioritários” neste escolha :a localização do terreno, o custo de investimento, a definição das empresas/profissionais que planejarão o espaço e os materiais de acabamento. Este sonho é alimentado pelas referências de internet como Pinterest com fachadas luxuosas , redes sociais de escritórios de arquitetura, revistas e sites da especializados na área.

A pergunta que não se faz, talvez por ser tão óbvia é : Para quem se deseja construir? Ora, essa resposta parece simples e rápida em se tratando de um núcleo familiar de casais com filhos ou não, pessoas solteiras, coabitação e outras configurações.

Porém, fatores como aumento da expectativa de vida tendo os idosos como população ativa, a possibilidade de trabalho em casa (Home office) e o avanço da tecnologia/ciência que reflete no dia a dia das pessoas por exemplo, ao promover cuidados no tratamento pós-alta médica em casa, são urgentes na tomada de decisões sobre a construção de uma residência.

Para o setor de venda de casas prontas ou aluguel, este planejamento é um coringa, por ampliar os perfis de público e demandas para compradores e locatários.

1) Qual o significado do termo “ Casa para toda a vida”? O termo Casa para toda a vida, retrata uma concepção de projeto arquitetônico em que se conhece o perfil do(s) morador(res) , considerando outras fases de sua vida, como, a maternidade e paternidade, a chegada de filhos, a idade adulta, a terceira idade ou uma eventual redução de mobilidade . Ou seja, a permissividade do uso do espaço para receber todas as pessoas considerando autonomia e segurança nos mesmos.

2) O custo de investimento para uma residência com estas caraterísticas não são muito maiores em comparação à padronização de residências? A questão é esta. Primeiramente, a casa não é integralmente feita com os parâmetros de acessibilidade como uso de barras, corrimãos, etc. Vale lembrar que a Norma técnica que estabelece critérios técnicos para projetos, construção, instalação e adaptação, de edificações às condições de acessibilidade, a NBR 9050-20, define a aplicação para os usos coletivos, públicos e áreas comuns de habitação coletiva e não obrigatoriedade para residência unifamiliar.

A casa é feita para que possa ser ajustada, adaptável com o tempo, assim como acontece com as demandas familiares e fases da vida que são mutáveis. A diferença é que como houve planejamento, estas adaptações serão feitas com menor intervenção possível garantindo a estrutura original e menos custos comparado à uma reforma sem esta previsão.

Outra questão a ser observada é sobre a caracterização da “padronização de residências”. Como utilizar padrões antigos como o homem Vitruviano renascentista europeu, que define proporções ideais do corpo humano, retratado belamente na pintura de Leonardo da Vinci, em pleno século XXI com perfil antropométrico do brasileiro?

Usar padronização para construir habitações idênticas, com mesma tipologia, pode não ser a melhor estratégia qualitativa, mesmo que a princípio ela seja a mais econômica. Por isto, adquirir um modelo de projeto arquitetônico pronto e replicá-lo sem considerar os fatores, pessoais, locais, sociais, construtivos, topográficos, ambientais e econômicos é prejudicial. Imagina uma casa que foi construída em terreno plano sendo implantada da mesma forma em um terreno íngreme? Certamente, gastos com movimentações de terra, dificuldades de acesso e implantação serão grandes dificultadores. A insolação também, pode comprometer a qualidade do uso do ambiente pelo excesso de calor, comprovado no desajuste entre as aberturas de janelas e orientação solar. Por isto, inclusive, o projeto deve ser personalizado e desenvolvido pelo Arquiteto e Urbanista.

3) Quais as principais vantagens de se construir o modelo “casa para a vida toda”?

4) Quais os exemplos práticos de projeto e construção podem ser identificados na “casa para a vida toda”?

Por Adriana Leão

Adriana Rodrigues Leão -Arquiteta e Urbanista

Adriana Rodrigues Leão

Arquiteta e Urbanista há 18 anos no mercado Especialista em construção civil Mestre em Arquitetura e Urbanismo

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