Tempo frio pode aumentar disseminação de coronavírus

Tempo frio pode aumentar disseminação de coronavírus

Pneumologista do Órion Complex, em Goiânia, orienta sobre cuidados que as pessoas devem ter durante o inverno.

O inverno começa oficialmente em 20 de junho, mas faltando menos de um mês para sua chegada, as temperaturas mais brandas são sentidas em várias partes do País. Em tempos de coronavírus, o frio trás junto com si um temor de que as baixas temperaturas favoreçam uma maior disseminação da Covid-19, o que poderia complicar ainda mais a fase atual. Porém, por ser uma doença nova existem poucos estudos conclusivos sobre o seu comportamento. 

 Dados do Centro de Medicina Baseada em Evidências, criado e coordenado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, sugerem que condições de frio e seco – típicas do inverno, podem facilitar a disseminação do novo coronavírus. No entanto, muitos imaginavam que o clima tropical seria um fator redutor na propagação da doença, mas na prática isso não vem se confirmando. Especialistas ouvidos por publicações nacionais e internacionais são taxativos em afirmar que os vírus, em linhas gerais, não respeitam temperaturas.

Contudo, em meio às incertezas, o melhor a se fazer é a prevenção. A pneumologista Fernanda Miranda de Oliveira, que possui um consultório no Órion Complex, em Goiânia, também acredita que a propagação do vírus Sars-Cov-2 pode aumentar nesta época. “As doenças transmitidas por aerossóis de modo geral têm sua disseminação aumentada nos meses de inverno. Isso acontece, pois, a baixa umidade do ar mantém as partículas suspensas por mais tempo, os níveis de poluição atmosférica aumentam e as pessoas tendem a ficar por mais tempo em ambientes fechados”, explica.

 Entre as doenças respiratórias que aumentam nesta estação do ano estão gripes, resfriado, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, rinite e sinusite. Dentre essas, a gripe é a que mais pode ser confundida com a Covid-19. “São doenças que apresentam geralmente febre, dor de cabeça, indisposição, tosse que pode ser seca ou produtiva, dor de garganta e sintomas nasais como obstrução nasal, coriza, espirros, além da falta de ar”, esclarece a doutora Fernanda, que é pneumologista há 22 anos.

 Cuidados
Fumantes e portadores de doenças respiratórias crônicas são grupos de risco para enfermidades virais respiratórias de modo geral e também para o novo coronavírus. Por isso, essas pessoas precisam ter cuidados extras durante o inverno. “Esses pacientes devem prestar atenção redobrada nesta época do ano, quando as viroses são mais frequentes e especialmente agora em que estamos vivendo uma pandemia. É importante que estejam com seus sintomas controlados, em uso correto da medicação e que não interrompam nenhum tratamento sem a devida orientação médica. Em caso de piora dos sintomas eles devem procurar assistência médica o mais rápido possível’, salienta a pneumologista, que ressalta também que essas precauções valem, inclusive, para quem não é do grupo de risco.

 No geral, é possível se prevenir para evitar contrair alguma doença respiratória durante o inverno e Fernanda Miranda dá as dicas. “Manter-se bem hidratado, evitar locais pouco arejados ou com aglomerações, lavar sempre bem as mãos, usar soro fisiológico nas narinas, evitar o uso de ar condicionado, se possível usar umidificadores nos ambientes, evitar ambientes externos no período das 10h às 16h, quando a umidade relativa do ar estiver menor que 50%, não fumar”, detalha a médica, que atende no Órion Complex desde o início deste ano.

Pneumologista há 22 anos, Fernanda Miranda de Oliveira acredita que tempo pode influenciar propagação da Covid-19
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