Com mais de 20 anos de trabalho com a música e mais  500 composições próprias, Roberta Campos se destaca no cenário musical. A Mineira de Caetanópolis, iniciou a carreira aos 11 anos e hoje, coleciona diversos sucessos , além de ter gravado com grandes nomes da música. Seu tempo de isolamento social tem sido produtivo, e a cantora, prepara um presente, de lançamento para o próximo mês.

Fanzini : Desde o seu primeiro álbum (independente) em 2008, muita coisa boa aconteceu na sua carreira. Já são mais de 10 anos de carreira profissional. Como foi produzir um disco inteiro em casa? Conta um pouco para a gente sobre esse primeiro trabalho. Foi o start para partir para o mercado?

Roberta Campos: Considero esse disco o inicio de minha carreira discográfica, já que já tenho mais de 20 anos que trabalho com música. Ele foi muito importante para mim, a porta que se abriu para um mundo que sempre busquei e não conhecia, que é de cantar as minhas canções. Na época eu não tinha dinheiro e com o pouco que tinha, resolvi comprar um equipamento básico e fazer as gravações do meu álbum na sala do meu apartamento. Fiz tudo, da gravação a capa, o disco foi feito de forma artesanal e todo por mim! Um processo solitário em que cresci muito como cantora, instrumentista e cantora também. Depois levei o disco na rádio aqui de São Paulo, a Nova Brasil FM, que toca MPB, eles gostaram e começaram a tocar uma faixa, em seguida me apresentaram para a gravadora Deck, onde permaneço.

FZ:  São mais de 500 composições próprias. De onde vem tanta inspiração?

RC: Da vida! Viver inspira! Encontrei na composição, uma forma de falar comigo mesma, de me entender e também ser entendida.

FZ: Você passa uma imagem muito serena. É sempre assim?

RC: Sou tranquila, mas como todo mundo, tenho meus momentos de estresse, em que sou mais enérgica…. Ninguém conseguiria desbravar a vida se fosse sereno o tempo todo. A vida requer coragem e atitude e como tudo na vida, você encontra muitos percalços, opiniões contrárias, sem falar do machismo, do preconceito…mas levo uma vida em paz e gosto de dias tranquilos!

FZ: Agora, durante a quarentena, você gravou com Skank, que comemora seus 30 anos. Como foi essa experiência? Já tinha gravado com eles antes?

RC: Eu conheci o SKANK no final de 2018, quando participei de um show em São Paulo com eles! Foi muito legal subir ao palco com eles, são músicos que eu já admirava desde o início da banda, sempre acompanhei e curti as canções. Me senti muito privilegiada com aquele momento. Em seguida me convidaram para participar desse novo single, foi uma honra! Ainda mais agora que eles vão dar uma pausa na banda, num momento importante como esse. Faço parte da história do SKANK, isso não tem preço!

FZ: Você já gravou com grandes nomes da música. Com quem você gostaria de gravar ou que artista você gostaria de ver cantando uma música sua?

 RC: Tenho alguns ídolos, mas sempre que tenho recebido uma pergunta como essa me vem imediatamente na cabeça o Djavan e a Marisa Monte. Sou apaixonada pela obra deles, a musicalidade, o jeito que conduzem a carreira…. Aprendi a cantar ouvindo Marisa Monte, aprendi a amar Djavan desde muito cedo.

FZ: Qual das suas músicas mais mexe com você? São muitas, mas cita pra gente pelo menos 2 que você mais gosta ou que mais te emocionam.

RC: Gosto muito de “Pro Dia Que Chega”, uma música que escrevi depois de um dia cheio e com muita reflexão sobre a vida e a sua fragilidade, sobre as pessoas e os relacionamentos líquidos e vazios. Eu acho ela uma música leve e que me resolveu muito a me entender também, quando a fiz.

“Pra Morrer de Amor” é outra música que eu gosto muito! A mensagem é que a gente é livre pra tudo, principalmente para viver o amor.

“No dia 12 de Junho tem lançamento.

O novo single, gravado em casa, é um presente pelo Dia dos Namorados.”

FZ:  Fale um pouco do seu último trabalho e como é viver a música durante essa loucura de Pandemia? Como você tem trabalhado?

 RC: Em fevereiro de 2019 eu gravei meu primeiro DVD, uma celebração dos meus 10 anos de carreira discográfica e meus 20 anos de carreira musical! Uma celebração não só a minha carreira, mas a minha vida! Tenho uma história bonita de resiliência e tenho orgulho disso! Muitas coisas eu superei, conquistei, construí…merecia uma celebração!

Foi meu primeiro DVD. Nesse momento de pandemia, tenho focado no meu disco novo, já que estava para entrar em estúdio um pouco antes de tudo isso acontecer. Além disso, cheguei a fazer várias lives para entreter o pessoal e ajudar a eles ficarem em casa! Também cantei na janela do meu prédio, dei bastante entrevistas por e-mail, vídeos, Skype…tenho composto também , sempre vem alguma ideia para registrar.
Criei também o “Correio da Robertinha”, nele eu ajudo as pessoas matarem a saudade através de minhas canções, já que muita gente está distante de quem ama. A pessoa marca a quem quer dedicar uma canção do meu repertório e deixa o nome da música que quer que eu cante.

FZ- Deixe uma mensagem para os nossos leitores e principalmente para os músicos da nossa região, que estão com o trabalho tão prejudicado pela Pandemia do Covid 19.

RC: Que sejamos fortes! Acho que agora é hora de pensar em alternativas para que nossa arte, nosso trabalho não pare! Vamos atravessar isso, não é fácil, mas a gente vai conseguir sair disso tudo.

Foto destaque: Gabriel Hand

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