Cia de Dança de Paraopeba é tricampeã no maior festival de dança do mundo

Cia de Dança de Paraopeba é tricampeã no maior festival de dança do mundo

Levando a história de Brumadinho,grupo de artistas é aplaudido de pé em Joinville.

Na noite desta quinta-feira, dia 26, a Cia Jovem de Paraopeba fez história se apresentando para mais de dez mil pessoas no Festival de Joinville. O grupo levou a coreografia Efeito Cascata e conquistaram o prêmio de 1° Lugar na categoria grupo sênior da Dança Contemporânea. Exatamente no dia em que completava seis meses da tragédia, os artistas representaram no palco todo o sofrimento e luta do povo mineiro. “Vários detalhes da dança remetem ao que aconteceu. O figurino trouxe os tons da lama e nos punhos, os bailarinos carregaram o verde e amarelo da nossa bandeira. Além disso, os movimentos foram  inspirados na avalanche daquela cena terrível do rompimento da barragem”, contou o coreógrafo Alan Keller.

A coreografia iniciou com 22 bailarinos em cima do palco e terminou com 45 pessoas representando a cidade de Paraopeba no Festival, município afetado pela morte do Rio que dá nome a companhia. O coreógrafo Alan Keller convidou integrantes da população ribeirinha que sofrem com o impacto da tragédia ainda hoje para compor o grupo durante a apresentação. Ao som do Hino Nacional, composição feita especialmente por Chico Lobo e Sergio Pererê, com produção de Ricardo Gomes, eles se apresentaram. “Somos a Cia de Dança de Paraopeba. A Cia do Rio Paraopeba. Nosso Rio está morto. A terra desceu, a lama desceu, levou amigos, parentes, histórias, vidas, muitas vidas.Estamos aqui no maior festival de dança do mundo em conexão com o público mais belo do mundo, vocês, nós, brasileiros.”

“Utilizamos a dança como mais um instrumento de sensibilização frente aos problemas constantes que parecem não ter fim, por isso o nome Efeito Cascata. Tínhamos o  dever de contar essa história que mudou a vida de milhares de pessoas”, disse Alan. A Cia Jovem de Paraopeba é conhecida por levar emoção ao público com temas fortes, tendo sido campeã em outra edição com um espetáculo que retratava a guerra na Síria. Essa é a terceira vez consecutiva que a companhia leva o primeiro lugar na categoria, considerada a mais avançada dentro da dança contemporânea, um fato que ainda não tinha acontecido no Festival. 

Neste ano, a Cia também foi indicada como melhor grupo da competição e retornará aos palcos no sábado, quando ocorrerá a noite dos Campeões. Na última terça-feira, a Companhia se apresentou em Joinville, como convidada do Festival na Mostra Estímulo. Em 2018, o grupo levou o título com um trecho coreográfico do Kami-kaze 2 e dessa vez, ele retornou ao festival com o espetáculo completo. A casa ficou cheia para assistir ao espetáculo e os artistas foram aplaudidos de pé.

Sobre a Cia Paraopeba

O projeto iniciou em setembro de 2005. No começo, o objetivo era oferecer aulas gratuitas de danças para jovens entre 13 e 18 anos das escolas públicas. Com o passar dos anos, os alunos foram se profissionalizando e os artistas foram ganhando reconhecimento no mercado artístico. Atualmente, a companhia é uma referência na formação de bailarinos e o projeto inicial se desmembrou em três frentes de trabalho: a Paraopeba Cia de Dança (grupo profissional) composto por 9 bailarinos, a Cia Jovem de Paraopeba (nível profissionalizante) que conta com 30 alunos e o Dança Paraopeba que assiste 80 crianças. Sob a direção de Alan Keller, o Grupo recebe o apoio da Prefeitura de Paraopeba e possui em sua estrutura bailarinos de toda a região.

Foto destaque : Renata Ataíde .

Por Assessoria de Comunicação

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