Monitoramento da SMS revela risco de surto de Dengue em Sete Lagoas

Monitoramento da SMS revela risco de surto de Dengue em Sete Lagoas

Estudo mostrou que focos estão concentrados dentro das residências.

Entre os dias 8 e 12 de janeiro, a Prefeitura de Sete Lagoas, por meio do setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde realizou mais um Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). O estudo é um instrumento que permite mapear os locais com altos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, alertar sobre os possíveis pontos de epidemia da doença.

Os dados revelados pelo estudo foram preocupantes. Em 5% dos imóveis vistoriados, foram encontrados criadouros do mosquito. “De acordo com o Ministério da Saúde, quando o LIRAa aponta índices abaixo de 1%, significa que o município se encontra em uma situação satisfatória. Se o índice está entre 1% e 3,9%, ele aponta uma situação de alerta. Quando a presença do Aedes aegypti é registrada em mais de 4% dos imóveis visitados, que é o caso de Sete Lagoas, há risco de surto”, explica a gerente do Controle da Dengue, Adriana Menezes Melgaço.

O LIRAa é realizado em diferentes tipos de imóveis, como residências, terrenos baldios e imóveis comerciais, em todos os bairros da cidade. A situação mais preocupante, onde o índice registrado foi de 8,2% de infestação, está na região que abrange os bairros Jardim dos Pequis, Belo Vale I e II, Iraque, Orozimbo Macedo, Nova Cidade, Bernardo Valadares e Verde Vale. Em seguida, com 7,5% de infestação, está a região dos bairros Nossa Senhora do Carmo I, Nossa Senhora das Graças, Papavento, Panorama, Mangabeiras, Jardim Cambuí, Cedro Cachoeira, Santa Luzia e Campo de Aviação. Com 7,4% de infestação está a região que abrange os bairros Industrial, Vapabuçu, Dante Lanza, Vila Brasil, Fátima, Boa Vista e São João I.

Para a gerente do Controle da Dengue, um fato preocupante é que houve casos em que os focos foram encontrados nos mesmos imóveis onde a infestação já havia sido registrada em levantamentos anteriores. “A Prefeitura está trabalhando em diversas frentes para tentar conter o risco de surto, mas a população também precisa fazer sua parte e eliminar os focos dentro das residências”. O apelo é baseado no fato de que, conforme o estudo, 43,6% dos criadouros foram encontrados em caixas d´água, tonéis, baldes, tambores e barris. “Se cada morador tirar dez minutos, por semana, para vistoriar a própria casa e eliminar esses criadouros, conseguiremos reduzir significativamente o risco de surto de Dengue em Sete Lagoas. Estamos diante de um risco de surto que poderia ser evitado se a população tomasse cuidados simples, mas necessários para evitar a proliferação do mosquito”, pede Adriana Melgaço.

Imóveis com focos poderão ser multados

Tendo em vista o alerta, o município passará a notificar e multar os responsáveis pelos imóveis onde os focos do mosquito Aedes aegypti forem encontrados, como estabelece o Decreto nº 4.837 de 29 de Novembro de 2013. A regulamentação prevê que os Agentes de Endemias que identificarem algum foco ou local propício à instalação de criadouros do vetor, deverão notificar o responsável, mediante Termo de Notificação/Orientação de manejo ambiental.

A notificação será, então, comunicada à Vigilância Sanitária, que em 72h, deverá fiscalizar e verificar se as providências necessárias à eliminação dos criadouros foram tomadas pelo responsável pelo imóvel. Caso os focos não sejam eliminados, a multa será aplicada.

APOIO DA POPULAÇÃO

A secretária Municipal de Saúde Vanessa Lopes garante que a Prefeitura está fazendo a sua parte. Além de um Plano de Contingência, desenvolvido pelo setor de Vigilância Epidemiológica da SMS, juntamente com outros setores e secretarias municipais, e que envolve as ações de prevenção e combate à Dengue, Zika e Chikungunya, entre 13 de Novembro e 6 de Dezembro, vários mutirões de limpeza foram realizados em diversas regiões da cidade. Os trabalhos resultaram no recolhimento de 22 toneladas de materiais inservíveis (como toneis, garrafas plásticas, baldes e outros criadouros em potencial) e 676 pneus. A maioria desses materiais estava dentro das residências. “É fundamental que a população se conscientize e assuma sua parcela de responsabilidade diante da gravidade do cenário revelado pelo LIRAa. Não fazemos saúde pública sozinhos. Saúde pública se faz com as pessoas, e não apenas para as pessoas”, afirma.

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