HNSG comemora 10 anos do credenciamento para Procedimentos de alta complexidade

 

No ano de 2006 o Hospital Nossa Senhora das Graças foi credenciado, junto ao Ministério da Saúde, para se tornar referência em procedimentos de alta complexidade em cardiologia. Assim, se tornou o único hospital da regional de saúde a realizar cirurgias cardíacas de grande porte. Com exceção de Belo Horizonte, de Sete Lagoas até o norte do Estado e o Vale do Jequitinhonha, apenas Montes Claros possui outro hospital habilitado para esse tipo de procedimento cirúrgico.

Conseguir o credenciamento, segundo o cirurgião Dr. Wellington Araújo Costa, responsável técnico pela área de Cirurgias Cardíacas e procedimentos de arritmia e estimulação cardíaca artificial (marcapasso), não é nada fácil. Além de equipamentos de ponta, o hospital também precisa contar com uma equipe multidisciplinar que envolve um setor de Hemodinâmica, e até um público-alvo determinado pelo governo. “Para se ter uma ideia, na região Nordeste, o que ocorre é que cada Estado tem somente um hospital credenciado para realizar procedimentos de alta complexidade. Normalmente esse hospital fica na capital, dada a dificuldade que é conseguir o credenciamento”, revela Dr. Wellington.

Sob a responsabilidade técnica do Dr. Antônio Fernandino de Castro Bahia Neto, é pela Hemodinâmica que passam, em primeiro lugar, pacientes com quadros de urgência cardiológica. “Depois de feita uma triagem nesse paciente de emergência, o Samu ou o Corpo de Bombeiros trazem o caso diretamente para o Hospital Nossa Senhora das Graças. A primeira avaliação é feita na Hemodinâmica, que determina se aquele é um caso para um procedimento menos invasivo, de angioplastia primária”, revela o médico, que explica que esse procedimento tem chances grandes de salvar a vida do paciente se realizado até seis horas após a ocorrência do infarto. “Se o caso se complica mais, então avaliamos a viabilidade cirúrgica que chamamos de “peito aberto”, explica Dr. Wellington.

As cirurgias de peito aberto podem ser feitas de maneira mais ou menos invasivas. Neste último caso, o procedimento é realizado com o coração batendo, algo que exige técnicas refinadas e muita experiência, afirma o médico, que é formado pela Faculdade Ciências Médicas, tem especialização no Hospital Felício Rocho e graduação no Buffalo General Hospital na Universidade do Estado de Nova York, nos Estados Unidos.

Esse tipo de cirurgia, no entanto, por ser mais arriscada, representa apenas 10% dos procedimentos realizados no HNSG. “90% das cirurgias de peito aberto que são feitas aqui, são feitas com o coração parado. Nesses casos, usamos um circuito de circulação extracorpórea”. O equipamento, segundo Dr. Wellington, funciona como coração e pulmões artificiais, que mantém o cérebro e os outros órgãos do corpo oxigenados e permitem que o cirurgião repare os danos existentes no coração. “Esse é um procedimento de altíssima complexidade, onde o risco também é muito grande. Parar um coração para consertá-lo e fazê-lo voltar a bater depois de algumas horas é algo extremamente delicado e arriscado”, admite o cirurgião, que está à frente de todos os casos desse tipo no HNSG.

Além das cirurgias de peito aberto, o setor liderado pelo Dr. Wellington Araújo Costa também é responsável pelas cirurgias de implantação de estimulação cardíaca artificial, conhecido como marcapasso.

Outro dado importante, que o médico faz questão de ressaltar, é que entre 90 e 95% das cirurgias de alta complexidade realizadas no Hospital Nossa Senhora das Graças são feitas pelo SUS. Por se tratarem de procedimentos complexos, o preço ao paciente particular, e até mesmo para os convênios, é exorbitante. “Essa é mais uma razão pela qual tantos hospitais querem se tornar centros credenciados para cirurgias de alta complexidade. Esse tipo de procedimento é remunerado de forma diferenciada pelo Governo, se comparado a procedimentos de média complexidade. E isso está diretamente ligado ao nível de exigência existente para se conseguir o credenciamento”, explica Dr. Wellington.

Além da Cirurgia Cardíaca, no Hospital Nossa Senhora das Graças há outras duas especialidades credenciadas atualmente como de alta complexidade: a Oncologia a Nefrologia e a Neurologia. Para o médico, isso representa a seriedade e a competência das equipes. “Não é qualquer hospital que consegue quatro credenciamentos. Isso nos dá muito orgulho, principalmente porque a gente faz o que gosta de fazer”, confessa o médico.

O resultado de tanta dedicação pode ser medido em números. Segundo Dr. Wellington, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, o Hospital Nossa Senhora das Graças está entre os três melhores de Minas Gerais em resultados. “Isso é um diferencial para a cidade, porque um empresário, que vai investir em Sete Lagoas, certamente vai levar em conta com que tipo de atendimento médico ele e seus funcionários vão poder contar”, revela Dr. Wellington

 

 

DEPOIMENTO

Em outubro de 2013, o administrador rural Mauro Sérgio Diniz Salles, hoje com 57 anos, passou por uma grande cirurgia cardíaca no Hospital Nossa Senhora das Graças. Pelas mãos do Dr. Wellington Araújo Costa, uma insuficiência coronariana grave foi corrigida com a colocação de uma ponte mamária e duas pontes de veia safena.

Sete dias depois de dar entrada no HNSG, Mauro Sérgio já voltava para casa, pronto para recomeçar sua vida. “Sou diabético, mal conseguia dirigir antes da cirurgia. Vinte dias depois eu já estava de volta ao trabalho. Passados trinta dias, já montava a cavalo. Hoje faço coisas que eu jamais pensei que seria capaz. Meu escore corporal melhorou 100%. Minha diabetes está controlada e eu, que tinha um coração que só funcionava com 1/3 da capacidade de um coração saudável, agora posso ter uma vida mais que normal”, relatou.

A cirurgia de Mauro Sérgio foi coberta pelo plano de saúde. Ele conta que se não fosse possível realizar o procedimento no Hospital Nossa Senhora da Graças, talvez não sobrevivesse. “Meu caso era muito grave. Eu estava entre a vida e a morte. Se eu tivesse que ir para outra cidade e entrar na fila do SUS para conseguir a cirurgia talvez não teria sobrevivido”, admite.

Mauro Sérgio Diniz Salles, administrador rural

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