Entrevista exclusiva com o novo secretário de saúde: Como anda a saúde em Sete Lagoas?

Entrevista exclusiva com o novo secretário de saúde: Como anda a saúde em Sete Lagoas?

Em entrevista exclusiva a Metropoli, o novo Secretário de Saúde e Gestor do SUS/SL: Magnus Eduardo Oliveira da Silva falou a respeito de como anda o setor de saúde na cidade. Acompanhe abaixo:

Metropoli: Secretário, de fato houve necessidade da gestão anterior decretar estado de calamidade pública?

Magnus Eduardo – Na gestão anterior não posso afirmar, mas com certeza assim que assumimos fomos obrigados a decretar estado de calamidade financeira e de gestão.

M – Como o senhor encontrou a Secretaria Municipal de Saúde em termos de organização pessoal?

ME – A secretaria foi encontrada com severos desfalques no que tange profissionais essenciais como médicos, dentistas, dentre outros, gerando desassistência na atenção básica.

M – Qual a situação verificada tendo-se como base a lei orçamentária e os recursos financeiros disponíveis de fato?

ME – Torno a enfatizar que de acordo com o que foi encontrado, ou seja, ausência total de insumos e medicamentos, e com uma dívida com mais de 90% dos fornecedores o que acarretou a suspensão de entrega destes itens fundamentais e essenciais ao atendimento.

M – O Hospital Nossa Senhora das Graças ingressou com ações na Justiça contra o Município para receber valores devidos do SUS. Procedem as ações?

ME – Sim, existiu tal conduta da Irmandade, mediante a falta de pagamento por parte do município. Assim que assumimos entramos em contato com o HNSG para tentar uma regularização da atual situação. Ainda neste mês já foram repassados vários pagamentos relativos a contratualização com a irmandade.

M – Hoje ainda há débitos com o HNSG?

ME – Sim. Existem débitos referentes ao mês de dezembro, mas que a gestão anterior deixou em pendência os meses de novembro e dezembro.

M – Quais as primeiras medidas tomadas pelo senhor?

ME – As primeiras medidas foram o decreto de emergência, a negociação com os fornecedores, o retorno do pagamento da folha em dia (27/01) e a abertura do PA Belo Vale em horário integral de 24 horas.

– Qual problema se apresenta como mais crítico?

ME – O problema mais crítico sem duvida é o abastecimento dos insumos e medicamentos, pois deixaram uma imagem totalmente sem credibilidade de adimplência pela SMS, o que dificulta o retorno de fornecimento dos itens supracitados.

M – Qual problema deixou de existir em sua gestão?

ME – Já são vários problemas solucionados: Pagamento dos funcionários de janeiro já efetuado, preenchimento das escalas com 100 % de adesão de todos os profissionais na urgência/emergência, o funcionamento em período de 24 horas do PA Belo Vale.

M– É a forma como ocorre a gestão ou a maneira como o SUS funciona que acarreta tantos e frequentes reclamações por parte da população?

ME – São ambas as situações. Muitas reclamações são infundadas, haja vista ter o SUS processos e fluxos que obrigatoriamente deveriam ser obedecidos, mas não o são, o que acaba desestabilizando todo o sistema influenciando diretamente na atenção aos usuários e também à gestão.

M– Em várias audiências de prestação de contas realizadas a cada quadrimestre, a Prefeitura de Sete Lagoas apresentava dados que indicavam a aplicação de mais de 30% da receita em Saúde. É verdade ou não?

ME – Infelizmente são dados que serão relatados em auditoria futura.

M – Os preços dos planos de saúde tiveram aumentos consideráveis que resultaram no cancelamento de milhares de contratos. O SUS tem condições de absorver essa nova demanda?

ME – Realmente esta situação existe agregada ao aumento de desemprego, o que torna uma modificação de conduta e de gestão para que a assistência se mantenha de maneira ordenada.

M – A Atenção Primária e a Prática de Procedimentos Complementares e Integrativos, recomendados pela OMS, são, de fato, as soluções para o bom funcionamento do SUS?

ME – Sem duvida. O fortalecimento da Atenção Primária é de extrema importância, pois se adequa em ações preventivas, reduzindo a utilização de níveis terciários, urgência e emergência, que contribui com uma parcela significativamente mais cara do que atuando nas ações preventivas.

M– Hospital Regional: qual a palavra definitiva de Sete Lagoas sobre esse assunto?

ME – Para a adequação do Regional, primeiramente deverá ser efetuado uma contratualização com os municípios para que a regulação se dê de maneira efetiva e resolutiva. Ainda não se deu tal processo.

M– Os repasses federais e estaduais para o Município estão ocorrendo dentro da normalidade? Por mês, qual é a média dos repasses? Quais seriam os impactos no SUS caso a PEC 55 seja tornada efetiva?

ME – Infelizmente os repasses ficam cada vez mais escassos, com valores defasados e acima de tudo com os produtos e insumos em variação crescente. Com a aprovação da PEC, com certeza atingiria de imediato as ações na saúde, limitando sua expansão o que poderia acarretar em dificuldade assistencial.

M – O que faria em uma situação de doença de alta complexidade caso isso ocorresse com uma pessoa da própria família?

ME – Tramitação se faria segundo as normas de entrada e evolução já preconizadas no município.

Por Redação.

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