Residência Estudantil é uma necessidade para estudantes brasileiros

Residência Estudantil é uma necessidade para estudantes brasileiros

Nos EUA e muitos países da Europa, o setor de habitação estudantil (student housing) se desenvolveu muito, modernizou-se e procura cada vez mais, profissionalizar a estrutura e aumentar o modelo, à medida que o número de estudantes aumenta. A nova e moderna moradia estudantil não é nada parecida com as ideias preconcebidas que possam existir na mente das pessoas, e que muitas vezes é retratada no cinema, de forma caótica e desproporcional. Na verdade, a maioria das habitações para estudantes construídas com esse propósito, é feita para resolver alguns dos problemas comuns associados aos estudantes.

Um grande edifício apenas para estudantes beneficia a todos, já que o público a que se destina, recebe uma acomodação de qualidade, com serviços inclusos e segurança. E os pais, por sua vez, ficam mais tranquilos, pois sabem que existe uma estrutura de apoio aos filhos.

Fazendo um paralelo com o Brasil, podemos pensar na evolução das repúblicas, sejam elas tradicionalmente organizadas e mantidas por grupos de estudantes durante muitos anos, ou aqueles formadas temporariamente, por pequenos grupos de estudantes que se unem, alugam um imóvel e decidem dividir todos os custos. Não é o objetivo aqui fazer críticas às repúblicas, apenas cito alguns pontos que preocupam pais e vizinhos, como as constantes festas, que além do barulho, geram insegurança no entorno.

Com os proprietários de imóveis, vizinhança e pais enxergando as repúblicas de um modo cada vez mais negativo, a saída encontrada pelos estudantes foi buscar imóveis pequenos, onde pudessem morar sozinhos ou tivessem que dividir as despesas com mais um colega. Acontece que essas soluções ainda estão longe de serem ideais ou mesmo próximas daquelas já encontradas por empresas especializadas em student housing nos EUA, Europa e, recentemente, na Austrália.

As instalações mais modernas construídas especialmente para habitação estudantil nesses países, são grandes edifícios que contam com espaços comuns bem planejados, como salão de jogos, academia, salas de estudo, áreas de convivência internas e externas, com espaços que permitem aos estudantes se integrar, estudar e também relaxar.

Todos saem ganhando com a construção desses empreendimentos, e os benefícios para o estudante são muitos, pois além de ter a oportunidade de morar em um local com todas as facilidades que ele precisa, irá conviver com estudantes de outras universidades e outros cursos, o que pode tornar sua experiência universitária muito mais interessante. Juntamente com a integração entre moradores, promovemos também a troca de ideias e quem sabe, em breve esses modelos poderão ser celeiros de startups, já que ali pulsa a inovação com empreendedorismo.

O ENEM IMPULSIONA O MODELO DE RESIDÊNCIAS ESTUDANTIS

O Brasil é um país enorme, e as políticas educacionais governamentais implantadas há mais de dez anos, possibilitaram que o ensino superior saísse da roda de poucos e fosse agregado à realidade de muitos. Com o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – criado em 1998 para avaliar o desempenho do estudante para melhorar a qualidade do ensino, que a partir de 2009, passou a servir como seleção para o ingresso no ensino superior, oportunidades aumentaram e encerraram as fronteiras do vestibular. Isso porque em qualquer parte do Brasil, os jovens podem pleitear vagas de qualquer universidade nacional. É a democratização do Ensino Superior. Com essa facilidade para ingresso em universidades, surgiu um novo nicho de atuação para empresas – o das moradias estudantis

Nesse cenário, há a necessidade urgente de se criar modelos de residências estudantis semelhantes aos empreendimentos em operação nos EUA, Europa e Austrália, e que atendam a essa demanda que cresce a cada ano, em busca de ensino de qualidade e distante da cidade de origem ou da casa dos pais

Para tangebilizar essa realidade e trazer à tona a discussão, entre 2010 e 2011, o número de estudantes paulistas matriculados em universidades de outros Estados cresceu quase 71%. Muitos estudantes paulistas migram para Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde estão localizadas algumas das mais importantes universidades mantidas pela União. Neste período, segundo o Ministério da Educação (MEC), 4 em cada 10 estudantes paulistas conseguiram entrar em uma universidade federal fora de São Paulo, graças ao ENEM. Mesmo para os pais desses universitários migrantes, a opção de estudar fora é mais barata do que pagar uma universidade privada. Mas a opção poderia ficar menos desgastante se houvesse residências especializadas em acolher os universitários durante o período do curso.

 

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